Pedagogia Litúrgica de maio 2021

23 de Abril de 2021


Pedagogia Litúrgica de maio 2021
Neste mês de maio 2021 celebramos quatro Domingos do Tempo Pascal e, no quinto Domingo de maio, inicia-se a 2ª parte do Tempo Comum, que sempre é retomado com a celebração da Solenidade da Santíssima Trindade. Em nossas propostas celebrativas do SAL – Serviço de Animação Litúrgica, estamos propondo dois temas que contextualizam as propostas celebrativas do mês de maio: o tema da conversão e o tema do compromisso evangelizador.
 
Converter-se ao amor
A Verdade é a Palavra de Deus, é a sabedoria de Deus, é o Evangelho. Ao se falar de produção de frutos, entende-se que sejam frutos evangelizados e evangelizadores. Frutos do amor traduzido em atitudes, em vivência do Mandamento Novo, em gestos concretos de fraternidade. Jesus não fala de frutos abstratos, espiritualizados, mas frutos concretos, atitudes, gestos, obras, relacionamento fraterno. Este é o contexto proposto pelo SAL – Serviço de Animação Litúrgica, para o 5º Domingo da Páscoa.
O tema da conversão ao amor continua no 6º Domingo da Páscoa, presente no verbo “permanecer”. É o mesmo verbo usado por Jesus, no Evangelho do 5º Domingo da Páscoa, na comparação da videira com a vida cristã. Permanecer no amor. Esta é a condição para permanecer em Deus. A vida cristã consiste em viver em Deus, consiste em permanecer no amor de Deus. Disto o convite para se converter a uma vida marcada pelo amor, no sentido próprio do Mandamento Novo.
Isto só é possível pelo acolhimento do Espírito de Deus na vida pessoal. Na prática, converter-se do espírito do mundo para o Espírito de Deus. A conversão para acolher o Espírito de Deus acontece no amor, porque o Espírito Santo é o amor divino. É o que diz a 2ª leitura do 6º Domingo da Páscoa: “o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus.” Só existe um modo de viver em Deus e de conhecer Deus: viver unido a Jesus, alimentar-se da vida de Jesus como um ramo se alimenta do tronco de uma videira.
O último aspecto da espiritualidade da vida cristã, centrada no amor, presente nas celebrações de maio, encontra-se na Solenidade da Santíssima Trindade com uma explicação claríssima de São Paulo, na 2ª leitura: “todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus”. É um forte apelo a converter-se do espírito do mundo, da espiritualidade do mundo, para a espiritualidade que é conduzida pelo Espírito Santo. A espiritualidade da vida cristã fundamenta-se no amor. O Espírito que conduz a espiritualidade do cristão é o Espírito do amor divino. Quem acolhe este Espírito cultiva a espiritualidade do amor e produz frutos do amor, da caridade, da justiça, da paz.
 
Compromisso evangelizador
O segundo tema que nós do SAL – Serviço de Animação Litúrgica propomos na espiritualidade mistagógica das celebrações de maio 2021, é o compromisso evangelizador. As duas últimas celebrações pascais, neste Ano B, convocam e enviam os celebrantes como missionários e evangelizadores. As celebrações da Ascensão e de Pentecostes são celebrações marcadas pelo envio missionário.
Enviar para onde? Para nossas terras em tempo de pandemia, tempo de padecimentos, de ameaças de morte, de conflitos, do luto que marca tantas famílias. Na Ascensão, Jesus envia sua Igreja a essa terra brasileira tão sofrida para produzir frutos evangelizados e evangelizadores. Envio que não priorize unicamente a pregação, mas neste tempo de sofrimento, priorize o testemunho de quem vive iluminado pela espiritualidade do amor e traduza isso em gestos concretos de fraternidade e de encorajamento.
Em nossa proposta celebrativa de Pentecostes está claro que a condição para se viver como discípulo e missionário evangelizador só é possível em quem vive unido a Jesus Cristo e se alimenta com a seiva do Espírito Santo. Somente quem vive na fidelidade ao Evangelho, quem vive no amor, quem vive na intimidade com Deus, quem é guiado pelo Espírito de Deus pode produzir frutos do Evangelho, como proclamado no Evangelho do 5º Domingo da Páscoa.
Neste mês de maio, que a devoção popular dedica à Maria, as celebrações podem propor a Mãe de Jesus como modelo de discípula do amor, como aquela que acolheu o Espírito do amor de Deus em sua vida e que produziu frutos do amor por viver na intimidade espiritual profundamente unida ao seu Filho Jesus.
Serginho Valle
Abril de 2021