Fim dos tempos

26 de Outubro de 2019


Fim dos tempos

A Pedagogia de novembro de 2019, dentro da particularidade das últimas celebrações do Ano Litúrgico, falam de fim de todas as coisas, de fé e de esperança. Celebrações pedagógicas, portanto, no sentido que conduzem os celebrantes a contemplar a finitude de todas as coisas, exceto a eternidade da santidade divina, da qual todos somos convidados a participar.

 
A realidade da morte
Do ponto de vista pedagógico, a primeira atitude da Liturgia, digamos assim, é colocar os celebrantes diante da realidade da morte. A única certeza que temos na vida, como se costuma dizer, é a morte como uma realidade inquestionável. Todos iremos morrer um dia. Para muitos, trata-se de uma realidade ameaçadora; possivelmente, todos iremos sentir algum desconforto ou medo quando estivermos cara a cara com a morte. Para suportar a ameaça da morte, diz a pedagogia litúrgica de novembro, é preciso cultivar a fé e a esperança.
O primeiro contato com esta dimensão da morte está na celebração pelos fiéis falecidos, celebrada no dia 2 de novembro (finados). É uma celebração que convida a rezar pelos falecidos, mas também para fortalecer a fé e a esperança cristãs e avaliar o modo como se vive nesta terra. Uma celebração para renovar a fé e a esperança na ressurreição pessoal. O mesmo tema, da morte e da fé e esperança na ressurreição dos mortos, retorna no 32DTC-C, quando a Liturgia professa a fé que somos destinados à ressurreição, porque viemos de Deus e para Deus somos destinados a voltar. Jamais se fala de reencarnação; sempre de ressurreição. Para isso, como que repetindo o temário da celebração de finados, o mesmo convite para celebrar a fé e a esperança na ressurreição pessoal porque somos destinados à vida eterna.
 
Santidade divina para a vida humana
            O segundo tema da pedagogia de novembro 2019 é aquele da santidade divina na vida humana. Uma verdade da nossa fé que nos traz grande alegria, porque somos destinados a participar da santidade divina. A santidade divina manifestada na vida humana é celebrada com alegria e com muita festa porque somos destinados a participar da vida divina em modo pleno (Todos os Santos).
            Outro elemento relacionado a este aspecto da participação na santidade divina é encontrado no 33DTC-C. É uma celebração que convida os celebrantes a viver na vigilância para não se perder a graça de poder participar da santidade divina. Diante do final de todas as coisas, a fé e a esperança ajudam-nos a compreender que as profecias apocalípticas, no sentido do termo, de revelação, não servem para intimidar, mas para fortalecer a vigilância em vista de viver eternamente no amor e na santidade de Deus.
 
Ação de graças
            Por fim, o último elemento é ação de graças. E esta encontra-se na Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Louvor e ação de graças pelo ano litúrgico que está terminando. Louvor e ação de graças pela alegria espiritual de contemplar a realeza de Jesus Cristo a partir da sua Cruz que é, ao mesmo tempo, trono e fonte da santidade divina para a vida humana.
Serginho Valle
Agosto de 2019