Pedagogia de junho 2015

30 de Maio de 2015


Pedagogia de junho 2015

                Junho se apresenta com celebrações que incentivam seus celebrantes a colocarem total confiança no Senhor, proclamando-o como o libertador da vida humana. Aquele que liberta do mal e do pecado, aquele que liberta de prisões. Liberta para propor novas estradas e novos caminhos. A condição para isso acontecer é renovar em cada celebração a Aliança de vida feita com o próprio Senhor (Corpus Christi).
Em todas as Missas proclamamos na Eucaristia esta renovação da nova e eterna aliança, realizada no Sangue de Jesus Cristo. Moisés, de modo figurativo, celebrou a primeira aliança com Deus servindo-se do sangue de animais, Jesus celebrou a Aliança definitiva entre a humanidade e Deus. Por isso, não se pode considerar a Eucaristia unicamente do ponto de vista devocional, mas como celebração que renova os compromissos de Aliança, selada no Sangue de Jesus Cristo.
 
A força libertadora de Deus
No Senhor ponho toda minha esperança! É com essa certeza que a Igreja retoma os Domingos do Tempo Comum, a partir do 10º Domingo, do Ano B. Uma celebração que evidencia como a luta contra o mal sempre está estará presente na vida humana. O mal é sorrateiro, rasteja-se aos nossos pés, mas pode morder o calcanhar para tirar nosso equilíbrio existencial. Jesus é apresentado como aquele que expulsa o mal da terra e da vida humana. Eis porque, o reinício do Tempo Comum é iluminado por uma celebração que considera a reconciliação divina no sacramento da Eucaristia.
Diante da proposta de jamais ceder ao mal, porque contamos com a proteção divina, os celebrantes são convidados a Semear sementes de vida nova em todos os terrenos por onde passam! (11DTC-B). Deus é como um agricultor cuidadoso, que cultiva sementes novas no coração de homens e mulheres, sementeiras que reproduzirão vida nova na sociedade. Quem permitir a Deus cultivar suas sementes em seus corações produzirá frutos de vida até mesmo na velhice, canta o salmista. Cada celebrante deverá deixar a celebração deste Domingo com a responsabilidade de ser semeador da Boa Nova do Evangelho para semear sementes da Boa Nova com os mesmos pequenos gestos de todo semeador e com a mesma confiança de que o Agricultor Divino saberá cultivar e fará produzir frutos.
Fazer-se semeador de vida nova sem medo, sem nenhum tipo de covardia, mesmo diante de tempestades e de grandes desafios, principalmente quando precisamos passar para a outra margem. Esta é a pergunta de Jesus, logo depois de ter acalmado a tempestade: "Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" (12DTC-B). O simbolismo do mar, no olhar do homem bíblico, é um excelente modo para entrar no mistério da Palavra deste Domingo. É como uma porta que se abre para compreender o poder da Palavra divina capaz de sossegar o poder da tempestade e suavizar a força de ventos contrários. É um convite, para que os celebrantes não se deixem abater pelo medo diante das tribulações e das tempestades que acontecem na vida, mas as enfrentem com coragem, pois contam com a ajuda divina da presença de Jesus, que com sua Palavra acalma o mar e todas as tempestades existenciais.
 
Amor e libertação
Junho celebra ainda duas celebrações para cantar a força amorosa e libertadora de Deus na Igreja e na sociedade. Uma delas recordando como o amor divino quer habitar em nossos corações (SCJ). Deus se manifesta amoroso, qual pedagogo que conduz seus filhos e filhas nos caminhos da vida plena; vida derramada do lado aberto do Coração de Jesus. Uma celebração para contemplar o amor divino e para cantar suas maravilhas em todas as partes da terra. Um convite, igualmente presente na celebração, para começar a se preparar para o "Ano Santo da Misericórdia", como a primeira luz que se acende, em vista de sua preparação. Uma luz a ser acesa pela contemplação do Coração misericordioso de nosso Deus, especialmente presente e simbolizado no Coração de Jesus.
A outra celebração, para fazer memória de que O Senhor nos liberta de todas as prisões é a de São Pedro e São Paulo. Diante da cultura da morte, que prende para matar e impedir o progresso evangelizador, a Igreja conta com a força da oração insistente e com a confiança da atividade libertadora de Deus. Sem isso, a Igreja não pode ser construída na rocha, que é Jesus, que oferece as chaves do Reino a Pedro para tornar a Igreja libertadora de todas as escravidões que aprisionam vidas.
 
 
Concluindo
A pedagogia litúrgica que percebemos nas celebrações de junho, neste ano de 2015, conduzirá os celebrantes a colocar sua confiança em Deus diante dos desafios do mal e da maldade, diante dos desafios e das tempestades que a vida propõe. Uma segunda proposta das celebrações consiste no incentivo para que os celebrantes seja semeadores do projeto divino em todos os momentos e em todos os lugares.
(Serginho Valle)