Pedagogia de março 2015

27 de Fevereiro de 2015


Pedagogia de março 2015

Tempo da Quaresma
Todo o mês de março será marcado pela espiritualidade quaresmal, o que favorecerá às Equipes de Liturgia e de Celebrações focar-se num contexto celebrativo bem pontual, como é aquele da conversão. Conversão que vem com um apelo divino, feito pelo próprio Pai para ouvir o seu Filho amado, para escutar o que ele diz e viver o que ensina (2DQ-B). Ouvir o Filho tendo em mente a meta da conversão de nos tornar filhos e filhas no Filho. Ser filho, como o filho de Abraão, tornando-se oblação viva, não imolada, a Deus, e ser filho como o Filho de Deus, obediente e em tudo disposto a fazer a vontade do Pai.
 
Os caminhos quaresmais no Ano B
            O tempo quaresmal, no Ano B, apresenta-nos um caminho bem concreto para ser caminhado e seguido propondo, inicialmente, os mandamentos de Deus como luz para os olhos (3DQ – B). Os caminhos do Senhor, iluminados por seus mandamentos libertam a vida em todos os sentidos. A religião não coloca correntes e nem prende em grades quem com ela ilumina sua vida, mas abre caminhos libertadores a partir do coração; da vida interior. O religioso é uma pessoa forte e iluminada porque cultiva dentro de si uma relação espiritual, quer dizer, uma relação com o Espírito de Deus. Este é o motivo pelo qual cada celebrante é convidado a mudar a mentalidade de que religião rima com proibição. É importante entender que os mandamentos divinos não impedem a liberdade, ao contrário, abre caminhos para se viver plenamente livre diante de Deus e nos relacionamentos sociais, pautados pela fraternidade.
            A realização dos mandamentos divinos encontra-se em Jesus, principalmente no Evangelho. O Evangelho é um caminho libertador, seja para cada um pessoalmente, como para toda a comunidade. Por isso, o apelo para converter-se e crer no Evangelho (4DQ-B); não apenas ouvir ou ler, mas crer, colocar a confiança da vida no que ele diz, porque nele se encontra a vida plena e, além disso, liberta quem vive nas trevas do pecado e na escravidão do medo.
Considerando os perigos de perder a vida, a celebração do 4º Domingo da Páscoa chama atenção dos celebrantes para a escolha fundamental de suas vidas, colocada por Deus diante de todos nós, para não vivermos no exílio e nem nas trevas da marginalidade existencial. Para que isso aconteça, Deus não apenas promete, mas garante o sucesso de tal proposta colocando em nossos corações um Espírito novo (5DQ-B). Mais. Promete que criará uma nova aliança, selada pela presença do seu Espírito em nossos corações e atrairá toda humanidade para a Cruz salvadora e redentora de Jesus. Na última celebração quaresmal, o convite para perceber qual espírito move nossas vidas, se o Espírito de Deus ou aquele do mundo; e o incentivo para ser ter um coração purificado, pronto para receber o derramamento do Espírito Santo, que acontecerá na Páscoa.
 
Eu vim para servir!
            No mês de março inicia-se também a Semana Santa, que neste ano de 2015 será proposta com enfoque especial na Paixão do Senhor. O povo esperava que o Messias enviado de Deus não exercesse sua Salvação pela morte de Cruz, por isso tinha a natural dificuldade de entender a Cruz como o maior local onde Deus presta seu serviço de doação da própria vida em favor da vida humana. Compreender o amor divino é entender que a principal causa da morte de Jesus não está na maldade humana, mas na disposição de Jesus em se fazer servo de Deus e servo da humanidade, para que a vida divina fosse plenamente derramada sobre a terra.
 
Conclusão
O Tempo Quaresmal é um tempo rico para a Igreja, no qual, a Igreja realiza seu grande retiro. Cada celebração, portanto, deverá ser um deixar nossas comunidades para entrar no deserto onde se pode silenciar e ouvir Deus falando em nossos corações. Este é o motivo pelo qual silenciamos nossas celebrações, não para produzir um clima de deserto, mas para, num clima de deserto, ouvir a voz divina.
Serginho Valle