A Igreja, no tempo do Advento, inicialmente conduz os celebrantes a se prepararem para o encontro com o Senhor, que virá num dia que não conhecemos, historicamente falando. A celebração do 2º Domingo do Advento se caracteriza pela espera do Senhor, em sua 2ª vinda, como expresso claramente na 2ª leitura da celebração. A condição para o encontro acontecer consiste em se dedicar a preparar os caminhos para que a vida humana e a vida divina caminhem no mesmo compasso e na mesma estrada. Caminhos e estradas diferentes promovem descompassos e desencontros.

Se no 2º Domingo do Advento, deste Ano Litúrgico B, João Batista propõe um caminho de encontro, no 3º Domingo do Advento — Domingo da alegria — João Batista volta à celebração deste não só para exortar à conversão, mas para falar sobre uma identidade, que deverá vir e que agirá com a força do Espírito Santo de Deus no meio do povo: Jesus Cristo. O clima deste 3º Domingo do Advento não é pesado e nem feito de cobranças, porque a principal característica deste Domingo é a alegria. A alegria espiritual, mais especificamente, e sua importância na vida cristã, propondo viver em todos os momentos da vida o acolhimento de Deus, para que nossa alegria seja completa, como deseja e afirma o próprio Jesus (Cf. Jo 15,11).

 

            Caminhar para se encontrar com o Senhor. Esta é a proposta da Liturgia para os três primeiros Domingos do Advento. Depois de fazer este caminho, a Liturgia apresenta Maria Santíssima, a Mãe grávida de Jesus, no 4º Domingo do Advento, como modelo de quem caminhou nas estradas de Deus e se fez serva do Altíssimo, aproximando assim de modo muito peculiar os celebrantes do Mistério do Natal de Jesus Cristo.

A pretensão humana de construir o Reino divino, da parte de Davi, é desfeita pelo próprio Deus, pois ele mesmo se dispõe a construir um novo Templo e estabelece um novo trono na pessoa de Jesus Cristo. Maria é a humanidade acolhedora do projeto divino, oferecendo seu corpo e sua vida para que obra divina se realize na terra. Esta realização acontece na celebração do Natal, que todos os anos é atualizado graças à dimensão memorial da Liturgia.

            Eis que nasceu para vós o Salvador! Seu nome é Jesus! Eis a grande proclamação do Natal do Senhor e o centro do Natal do Senhor: o nascimento de Jesus Cristo. Mesmo conhecendo a mensagem do Natal cristão, a Igreja se alegra e exulta individualmente no coração de cada um de seus filhos e filhas, porque são destinatários de uma grande e feliz notícia: Jesus nasce para nos salvar. É necessário, pois, entrar no Mistério do Natal e é preciso ajudar nossos celebrantes a encontrar a alegria espiritual que canta a “Noite Feliz” dentro de nossos corações, para que o Natal seja repleto da espiritualidade da alegria.

 

Por fim, a última celebração dominical do ano é dedicada à família, celebrando o Mistério da Salvação considerando o exemplo e o modelo de todas as famílias humanas: a Sagrada Família. Ao abençoar a família de Abraão, Deus se dispõe a regenerar o mundo a partir da família. Ao nascer de uma família humana, a bênção divina torna-se hóspede e convive com as famílias que acolhem Deus em suas casas.

O modo familiar de participar do projeto divino acontece mediante a fé e pela oferta da própria vida familiar a Deus, tornando os filhos e filhas oblação agradável a Deus. Isso nos faz compreender a importância da família para a Igreja e para o mundo, ressaltando que a Igreja se preocupa com a família porque Deus veio ao mundo nascendo de uma família e porque, na Sagrada Família, todas as famílias da terra são abençoadas e vocacionadas a construir um mundo novo e renovado.