A Cruz vitoriosa, porta da Ressurreição de Jesus

23 de Março de 2014


Início de um tempo novo, no Tempo Pascal 
Fim da Quaresma e início de um novo Tempo Litúrgico, mas sempre dentro do contexto Pascal, porque a Quaresma é a preparação necessária do Tempo Pascal para ouvir a mesma ordem dada por Jesus a Lázaro: “vem para fora!” (5DQ-A). Vem para fora para sair de sepulturas que impedem o modo de viver plenamente em Deus. O último Domingo da Quaresma, portanto, apresenta-se com uma Liturgia profética, antecipando e comunicando os efeitos da morte de Jesus: a doação do seu Espírito para destruir a morte e poder participar da plenitude da vida divina pela acolhida do Espírito de Cristo em nós. Este é o motivo pelo qual contextualizamos a celebração como convite da Palavra de Deus, para que os celebrantes se convertam, tirando de dentro deles o espírito do mundo e dêem espaço à ação do Espírito de Cristo. É uma proposta de vida para quem deseja viver plenamente na liberdade e não enterrado em sepulturas do mundo, mas nos ares da vida plena de Deus.

A celebração do Domingo seguinte, como que admirada por ver Jesus derrotando a morte e, desde então, antecipando a vitória da Ressurreição, lança uma grande pergunta: “Ó morte, onde está tua vitória?” (Domingo de Ramos). É com esse grito que a Liturgia conduzirá seus celebrantes pelas ruas da comunidade para acolher Jesus, que entra triunfalmente em Jerusalém.
 
Tríduo Pascal
Neste ano de 2014, estamos propondo um novo formato de preparação para o Tríduo Pascal, que reúne as três celebrações numa única reflexão. O foco, ou a luz, que estamos propondo para iluminar o Tríduo Pascal deste ano é a "Morte de Jesus". E, como a celebração do Domingo de Ramos é porta de entrada para as celebrações do Tríduo Pascal — de onde este Domingo ser também denominado "Domingo da Paixão" — a reflexão do Domingo de Ramos conduz os primeiros passos na direção do Tríduo. Neste sentido, propomos a preparação da celebração do Domingo de Ramos com três cenários que antecederam a Morte de Jesus: o cenário da prisão, da flagelação e da negação de Pedro.
 
Quanto ao Tríduo Pascal, consideramos ser mais útil, do ponto de vista teológico-litúrgico e pastoral, não propor três celebrações distintas, como temos feito em todos estes anos, mas propor as três celebrações num único contexto, num pequeno ebook de 69 páginas. Propô-las num único contexto significa contextualizá-las num único foco: a "Morte de Jesus". Neste sentido, a reflexão sobre a morte de Jesus iluminará a Páscoa ritual da Quinta-feira Santa, a Páscoa martirial da Sexta-feira Santa e a Páscoa gloriosa do Sábado Santo.
 
Além de concentrar as celebrações do Tríduo no único foco da "Morte de Jesus", a reflexão poderá ser usada também como inspiração para palestras e reflexões preparatórias com a comunidade e em meios de comunicação — rádio, jornal e televisão —. A reflexão com este único foco iluminador foi também pensada para a reflexão pessoal dos ministros que participam do Ministério da Pastoral Litúrgica e do Ministério da Música da comunidade como fonte de estudo e de preparação espiritual.
 
O Senhor ressuscitou, aleluia!
A morte de Jesus, que iluminou as reflexões na Semana Santa, apresenta na celebração do Domingo da Páscoa seu grande fruto: a Ressurreição e a vida nova oferecida por Jesus à Igreja e a todos os homens e mulheres. Os efeitos da morte de Jesus, refletida profundamente durante as celebrações do Tríduo Pascal, são colhidos neste Domingo, na celebração do Domingo Pascal. O contexto celebrativo consiste em ajudar os celebrantes a perceber a Ressurreição de Jesus como o grande fruto por ter realizado plenamente a vontade do Pai.
 
Do ponto de vista litúrgica, a Ressurreição de Jesus, como sabemos, é o centro da fé cristã, que a Igreja celebra com uma Oitava litúrgica, quer dizer, com uma celebração que “dura” oito dias. Em todos estes dias, proclama-se solenemente a mesma exclamação, qual grito de vitória e de alegria: Nós cremos que o Senhor ressuscitou!
 
Outro fato que merece nossa atenção, na preparação das celebrações de abril 2014, é considerar que os três primeiros Domingos pascais têm um tom tipicamente evangelizador, de onde o texto da 1ª leitura apresentar o processo evangelizador, não com o predomínio de pregações, mas de atitudes, vivendo a proposta da fraternidade evangélica, na comunidade. Considerando que os primeiros Domingos do Tempo Pascal refletem as atividades evangelizadoras das primeiras comunidades cristãs, o contexto celebrativo do 2º Domingo da Páscoa inspira-se no ardor evangelizador e missionário dos primeiros discípulos, valorizando o testemunho de fé com atitudes concretas.
 
Feliz Páscoa!
Fizemos um esforço muito grande para que nossas celebrações possam ajudar sua comunidade a viver, celebrar e proclamar a Páscoa do Senhor. Na certeza que participaremos, de algum modo, de suas celebrações, desejamos votos de Feliz Páscoa, para que a Ressurreição do Senhor traga vida nova à sua comunidade e a todos que dela participam.
Serginho Valle