Deus não esquece sua gente. É Natal!

30 de Novembro de 2013


Deus não esquece sua gente. É natal!  
A espiritualidade litúrgica, que ilumina o último mês do ano de 2013, conduzirá os celebrantes a refletir sobre o final dos tempos, mas dará um destaque muito especial à presença de Maria, já a partir da solenidade da Imaculada Conceição, que será celebrada no 2º Domingo de dezembro. Em função disto, os demais Domingos do Advento e das celebrações natalinas darão um destaque silencioso, como é característico da espiritualidade mariana.

Vigilância  
O primeiro anúncio, no 1º Domingo do Advento caracteriza-se como convite e alerta: “Fiquem atentos! Porque não sabeis em que dia o Senhor virá!” Um convite para se viver na vigilância, preparando-se para o encontro definitivo com o Senhor. Isaías profetiza um encontro com o Senhor, que contará com a participação de todos os povos da terra. Para participar deste encontro, é preciso viver na vigilância, acordando-se do sono embalado pela aparente normalidade do dia a dia. Diante dessa realidade, dois elementos marcam o contexto celebrativo deste Domingo: a avaliação da virtude cristã da esperança, vivendo nos caminhos do Senhor, e, o sentido e finalidade que damos às nossas atividades, na normalidade de nossas vidas. São duas posturas a serem avaliadas em vista do encontro com o Senhor, quando ele vier no final dos tempos, que exigem de nós a virtude da vigilância, para que aquele dia não nos pegue despreparados.

Espiritualidade mariana 
Depois deste primeiro convite à vigilância e deste alerta, a Liturgia apresenta Maria como a Imaculada, aquela que foi preparada por Deus, para ser morada de seu Filho. Na proposta que fazemos para esta celebração, destacamos a escolha do Evangelho da Anunciação, na Solenidade da Imaculada Conceição, ressaltando e reconhecendo que Maria foi preservada de todo pecado, em vista da Encarnação, realizada por obra do Espírito Santo. O Mistério da Imaculada Conceição de Maria é celebrado no grande contexto natalino e, por isso, entende-se que Maria foi preservada da culpa original e de todo pecado em vista da Encarnação do Verbo. Nela contemplamos como Deus faz maravilhas na pessoa humana, dela aprendemos a viver na total confiança a Deus.

Esta maravilha, que Deus realiza em quem se dispõe a viver no discipulado de seu Filho Jesus, é motivo de grande alegria, a mesma alegria partilhada por Maria, e sua chamada para ser a Mãe de Jesus, o Emanuel. A Liturgia festeja esta alegria no 3º Domingo do Advento, com um convite que ressoa todos os anos da mesma forma: “Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos! O Senhor está perto”. Num tempo, em que até a esperança parece desacreditada, é momento de celebrar a coragem que vive nos corações repletos da alegria divina, porque estes estão sempre perto de Deus. Com um olhar na esperança viva da Mãe Maria, nossa proposta celebrativa se propõe a incentivar a experiência e a confiança para jamais se perder a esperança, principalmente quando entramos no caminho da vida para ir ao encontro do Senhor. É uma celebração que, não apenas canta a esperança, mas que intercede e incentiva a esperança para todos os momentos da vida.

Esta esperança de poder encontrar-se com o Senhor tem um sinal, proclamando desde as antigas profecias: “Eis o sinal: a Virgem conceberá!” (4DA-A). A proximidade do Natal de Jesus Cristo ressalta a simplicidade do sinal divino: uma jovem virgem, grávida do Filho de Deus. É desse modo que Deus se faz presente entre nós, anunciando que ele é Emanuel - "Deus conosco!" A celebração deste 4º Domingo do Advento, portanto, tem como que a finalidade de conduzir os celebrantes para bem perto do Natal, convidando-os a sentirem a alegria da presença divina, que já está entre nós como Emanuel, como Deus conosco, como Deus que está ao nosso lado.  É momento para contemplar a Virgem grávida e com ela cantar seu Magnificat.

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo 
O tema da alegria e da esperança, que aparecem de modo insistente nas celebrações do Advento, encontram seu ponto alto na celebração do Natal, com o anúncio feito pelos próprios anjos: “Eu vos anuncio uma grande alegria: nasceu o nosso Salvador!” O motivo da alegria, portanto, é o nascimento do Salvador da humanidade. Os Evangelhos das quatro Missas Natalinas, a este propósito, contêm três anúncios: do acontecimento histórico do nascimento de Jesus (Missa da Vigília e Missa da Noite), de como aconteceu o nascimento de Jesus (Missa da Noite) e do acolhimento do nascimento de Jesus (Missa da Aurora e Missa do Dia). Nossa proposta celebrativa tem a finalidade de ajudar os celebrantes a entender que o Natal tem sentido a partir da escolha divina, e sua escolha foi nascer pobre e na periferia social, entre aqueles que respeitam e sabem partilhar a vida, até mesmo aquela vida vivida na periferia existencial. Compreender esta dinâmica divina é se deixar iluminar com a luz da espiritualidade natalina e, com isso, abrir portas para renascer em Deus. 

Conclusão  
O mês de dezembro se conclui com uma celebração que intercede a bênção da Sagrada Família para todas as famílias da terra. Uma celebração com o desejo que a Sagrada Família, Jesus, José e Maria abençoe nossas famílias. Contemplando a Sagrada Família, no contexto do Mistério Pascal de Cristo, entende-se que a encarnação penetra o cotidiano de suas vidas, principalmente nas dificuldades (E). Atinge também os relacionamentos da vida diária, os relacionamentos da vida familiar, o modo como "honrar pai e mãe" (1L) e como viver a vocação matrimonial no contexto cristão, à luz do Evangelho (2L). Propor aos celebrantes que celebrem a Liturgia da Sagrada Família com o desejo de transformarem suas famílias em locais que acolhem a santidade divina, dispostas a viverem de acordo com projeto divino, fazendo a vontade de Deus, em todos os momentos de suas vidas.

Em nome da Equipe do SAL  — Serviço de Animação Litúrgica —
desejo a todos Feliz Natal e Feliz Ano Novo. 

 Serginho Valle