A fé celebrada e a fé vivenciada

26 de Setembro de 2013


Duas tradições, uma popular e outra pastoral, marcam o mês de outubro. A tradição popular trata o mês de outubro como “Mês do Rosário”, em comemoração aNossa Senhora do Rosário, celebrado no dia 7 de outubro. Já a tradição pastoral, chama outubro de “Mês Missionário”, em comemoração à grande missionária, sem nunca ter deixado seu convento, Santa Teresinha do Menino Jesus, no dia 1º de outubro. No passar dos tempos, os dois se juntaram e foi se formado o chamado “Terço Missionário”. 

Falando em terço, não podemos deixar de lembrar que neste mês de outubro celebramos a nossa Padroeira, Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro. Como todos os anos, inspiramo-nos no tema da novena de Nossa Senhora Aparecida para preparar a celebração da padroeira. O tema deste ano, “Com Maria, seguimos Jesus, nossa luz”, aponta para o discipulado, reconhecendo que Jesus é a luz e seu seguimento fará com que o discípulo e discípula sejam luzes no mundo pelo testemunho evangelizador (Mt 5,14). Inspirando-se no tema da Novena da Padroeira, proposta pelo Santuário Nacional, e no contexto do “Ano da Fé”, estamos sugerindo uma celebração que reavive a fé em Jesus, convidando os celebrantes a serem discípulos e discípulas de Jesus, para caminhar à luz do Evangelho. 

A força da fé 
Do ponto de vista pedagógico litúrgico, as celebrações de outubro conduzirão os celebrantes a refletir sobre sua fé. Enquanto celebrantes, teremos momentos de profunda reflexão e de grandes súplicas para interceder o dom da fé, como acontece já no primeiro Domingo de outubro (27DTC-C), quando os Apóstolos intercedem a Jesus o dom da Fé: “Senhor, aumenta nossa fé!”. Uma súplica que faz sentido, principalmente se considerarmos a agressividade violenta que mata e de tantas injustiças, o fiel poderá sentir-se inadequado ao colocar sua força na fé. Isto é desmentido na profecia de Habacuc, na autenticidade da fé proposta por Jesus e no incentivo de Paulo para reavivar a fé no Evangelho. No contexto do “Ano da Fé”, a celebração deste 27DTC-C é totalmente iluminado pela autenticidade da fé como alimento e como força diante das provações, provocações e desafios que a sociedade atual apresenta ao fiel.  

Também nos momentos de sofrimento, de dor, o fiel não deixa de invocar a Deus com suas preces, para ser atendido em meio aos sofrimentos humanos. É o que celebramos contemplando a fé dos 10 leprosos (28DTC-C) e, mais ainda, admirando-nos com Jesus da fé daquele que teve a coragem de voltar para agradecer. Por isso, no 28DTC-C, nossa proposta reflete a fé a partir da “cura”, considerando a cura de Naamã (1L) e a cura dos 10 leprosos (E). Fé e cura são duas realidades religiosas que sempre caminham juntas, agindo principalmente no cotidiano da vida, através da simplicidade proposta por Deus. Esta é a iluminação que estamos propondo para o contexto celebrativo deste Domingo. 

Fé e oração 
Outra luz que invadirá as celebrações de outubro é aquela da oração (29DTC-C). Onde encontrar forças para superar tantas dificuldades como a luta contra os amalecitas? Pergunta o fiel diante dos ataques inimigos ao Povo de Deus (1L). Como viver na justiça onde imperam injustiças? Como atuar a missão da Igreja sem a oração e o testemunho vivo da Palavra? As respostas destas, e de tantas outras perguntas, encontram-se na oração perseverante. A oração é mais que um elemento importante na vida cristã, é um alimento espiritual, um modo de entrar em contato com Deus e, mais que isso, de estar envolvido pela proteção divina e pela sua presença em todos os momentos da vida. Este fato ficará ainda mais evidente na celebração do 30DTC-C, quando Deus garante que a oração do humilde atravessa as nuvens. O pobre e o simples podem confiar na oração que elevam a Deus, porque o Senhor tem os olhos e os ouvidos atentos às suas súplicas. A única oração que não alcança os ouvidos divinos é aquela que nasce do coração orgulhoso e preconceituoso, como ouviremos no Evangelho do 30DTC-C. Nesse sentido, estamos propondo uma celebração enfocada na importância da oração pessoal para a vida cristã. Esta oração consiste em buscar diariamente a Deus com o coração humilde e reconhecendo-se necessitado da proteção divina em todos os momentos da vida. 

Conclusão 
Como dito no início de nossa reflexão, as celebrações dominicais de outubro são todas elas iluminadas com a luz da fé e, evidentemente, com tonalidades diferentes da fé na vida cotidiana de cada discípulo e discípula de Jesus.

Serginho Valle