Esperamos entrar na vida eterna
23 de Outubro de 2012
Esperamos entrar na vida eterna
Novembro é um tempo que as celebrações litúrgicas nos levam a pensar na importância da vigilância. Não a vigilância como policiamento para não seremos castigados no final dos tempos, mas, a vigilância como método, como proposta de considerar o caminho que fazemos no cotidiano de nossas vidas, como uma pergunta bem básica: para onde vou, caminhando do jeito que estou caminhando? Queira Deus que a reflexão de cada qual conduza ao bom termo, considerando que está na estrada certa, embora necessite sempre (como é normal) de um esforço maior em busca da perfeição.
Celebrar a vida e jamais a morte
A celebração dos Fiéis Defuntos introduz pedagogicamente os celebrantes na dimensão escatológica, como é própria do mês de novembro. Também a celebração de Todos os Santos e Santas encontra-se nesta mesma dimensão. Se é verdade que a morte define a finitude da vida, nossa fé indica que nosso destino é a vida eterna, na qual se entra para participar plenamente da santidade divina. Neste ano de 2012, de modo particular, a celebração da solenidade de Todos os Santos e Santas inspira-se na última bem-aventurança, que proclama a alegria interior em quem coloca toda a confiança no Senhor, apesar das perseguições e incompreensões por causa da fé. Toda santidade, aliás, passa por esse caminho num momento da sua história. A santidade, portanto, não está desprovida da provação na fé.
É também iluminados no contexto da fé que propomos celebrar o 32º Domingo do TC, em consonância com o “Ano da Fé”, iniciado em outubro. Nossa reflexão considera como a Palavra de Deus promove a fé em duas viúvas e nos Doutores da Lei. De um lado, a fé favorece o crescimento da generosidade e, do outro, a religião é usada para oprimir quem é pobre, como faziam os doutores da Lei. Não se pode instrumentalizar a fé por um motivo muito simples: toda instrumentalização da fé é, em certo sentido, uma traição ao projeto divino, que sempre busca o bem do outro e não sua exploração. A fé é um atitude interior que produz liberdade e acolhimento da vontade divina.
Final dos tempos