O Senhor ressuscitou, verdadeiramente ressuscitou

A pedagogia mistagógica do Sábado Santo, após a intensa celebração da Sexta-feira Santa, conduz os celebrantes a viver e experimentar a alegria espiritual ouvindo e celebrando o Evangelho da Ressurreição de Jesus. Experiência importante para superar o medo que os faz sair de esconderijos que impedem o testemunho evangelizador da Ressurreição de Jesus. O testemunho da alegria do Evangelho (Evangelii gaudium), na Vigília Pascal leva os celebrantes à reflexão silenciosamente contemplativa sobre a imensurável misericórdia de Deus, resumido por São João numa frase: “Deus caritas est” — "Deus é amor" (1Jo 4,8).

A pedagogia mistagógica da Semana Santa segue a trajetória das celebrações quaresmais, destacando a vivência autêntica da fé religiosa. Nas celebrações da Semana Santa aparece, de forma concreta, o significado da sinceridade de viver a fé na pessoa de Jesus Cristo. A primeira atitude do homem e da mulher de fé é a gratuidade exemplificada por Jesus no acolhimento de fazer a vontade do Pai (Domingo de Ramos e Sexta-feira Santa). A segunda atitude, derivada da gratuidade, é o serviço representado na Mesa da Eucaristia e no gesto do lava-pés (Quinta-feira Santa). A terceira atitude é acolher a vontade divina em todos os momentos, especialmente nas adversidades, como Jesus, na agressividade da Cruz (Sexta-feira Santa). As últimas duas atitudes para viver sinceramente a fé religiosa incluem a contemplação da "obra divina" (Vigília Pascal) e o fruto da vida nova, originado na maior de todas as "obras divinas": a Ressurreição de Jesus, da qual participamos celebrando os Sacramentos (Domingo da Páscoa).