Mesa da comunhão e do serviço fraterno!

A pedagogia mistagógica da Quinta-feira Santa se propõe a conduzir os celebrantes a celebrar o Mistério da Instituição da Eucaristia inspirando-se no símbolo da "mesa", local onde a vida é partilhada com Jesus, que está no meio de nós, e partilhada fraternalmente com quem se celebra a Eucaristia na comunhão do pão e do vinho. "Mesa" também como ponto de partida para o serviço do lava-pés, gesto jamais omitido na Eucaristia. É na "mesa" da Eucaristia que Jesus realiza a "fractio panis" como oblação realizada na gratuidade de quem doa radicalmente os momentos da vida para fazer a vontade do Pai.

A pedagogia mistagógica da Semana Santa segue a trajetória das celebrações quaresmais, destacando a vivência autêntica da fé religiosa. Nas celebrações da Semana Santa aparece, de forma concreta, o significado da sinceridade de viver a fé na pessoa de Jesus Cristo. A primeira atitude do homem e da mulher de fé é a gratuidade exemplificada por Jesus no acolhimento de fazer a vontade do Pai (Domingo de Ramos e Sexta-feira Santa). A segunda atitude, derivada da gratuidade, é o serviço representado na Mesa da Eucaristia e no gesto do lava-pés (Quinta-feira Santa). A terceira atitude é acolher a vontade divina em todos os momentos, especialmente nas adversidades, como Jesus, na agressividade da Cruz (Sexta-feira Santa). As últimas duas atitudes para viver sinceramente a fé religiosa incluem a contemplação da "obra divina" (Vigília Pascal) e o fruto da vida nova, originado na maior de todas as "obras divinas": a Ressurreição de Jesus, da qual participamos celebrando os Sacramentos (Domingo da Páscoa).